Quanto custa uma Pericia Grafotécnica?
O preço de uma perícia grafotécnica varia de acordo com a quantidade e dificuldade das assinaturas a serem analisadas e certificadas, uma vez que o serviço demanda horas técnicas para o cálculo dos honorários.
As perícias de assistente técnico, que envolvem a formulação de quesitos e análise do laudo do perito judicial, têm um valor significativo, sendo calculado com base nas horas técnicas trabalhadas, de acordo com a complexidade de cada caso.
Neste artigo nós iremos te mostrar os valores aproximados que você irá ganhar como Perito Grafotécnico.
Resumo do Conteúdo
Quanto custa uma Perícia Grafotécnica extrajudicial
A perícia grafotécnica no âmbito judicial ocorre quando uma empresa ou profissional liberal precisa verificar a autenticidade de uma assinatura fora de um processo legal.
Por exemplo, suponha que uma pessoa comprou um imóvel de outra que ainda não possui o registro definitivo da escritura, ou seja, o vendedor possui apenas um contrato particular com o proprietário anterior.
Agora, imagine que o novo proprietário decida formalizar a escritura e registrar a aquisição, mas ao contatar o primeiro proprietário para agendar a assinatura em cartório, este negue ter vendido o referido imóvel. No exemplo, o novo proprietário apresentaria o contrato particular, mas o primeiro proprietário alegaria que a assinatura não é dele.
Observe que, nesse exemplo (que ocorre com frequência), ainda não há um processo judicial, portanto, se for realizada uma perícia grafotécnica para determinar se o primeiro proprietário está mentindo ou não, será uma perícia extrajudicial.
Nesse caso, para uma perícia grafotécnica extrajudicial, o valor de uma análise de assinatura simples (em que o autor escreve o próprio nome) custa cerca de R$ 2.500,00.
Se a assinatura for mais complexa, esse valor pode chegar a três vezes esse montante.
Esses valores são médios para uma perícia, e a negociação do valor é realizada diretamente entre o perito e o contratante, que pode ser uma pessoa física ou uma empresa.
Qual o valor de uma perícia grafotécnica judicial
A perícia grafotécnica judicial difere da perícia extrajudicial, sendo realizada por um perito designado pelo juiz em um processo legal.
Embora o perito judicial possa estabelecer o valor de seus honorários em até cinco dias após sua nomeação nos autos, o juiz pode não aceitar o valor solicitado e determinar os honorários.
Em média, o custo de uma perícia grafotécnica judicial é de aproximadamente R$ 4.000,00.
Qual o valor de uma perícia grafotécnica feita por assistente técnico
Em certos casos, a perícia grafotécnica requer a nomeação de um assistente técnico para acompanhar o trabalho do perito judicial.
O assistente técnico atua em nome da parte envolvida no processo, enquanto o perito judicial representa o juiz.
O assistente técnico é contratado pela parte do processo e tem a responsabilidade de verificar se o perito judicial conduziu a perícia grafotécnica de maneira adequada, aplicando corretamente os exames grafotécnicos e utilizando os padrões de confronto (documentos com escrita autêntica da pessoa investigada) de acordo com critérios como adequabilidade, quantidade, contemporaneidade e autenticidade. Além disso, o assistente técnico deve garantir a imparcialidade do perito judicial, entre outros aspectos.
Para alcançar esses objetivos, o trabalho do assistente técnico envolve a formulação de quesitos, o acompanhamento da coleta de padrões, a análise do laudo judicial e a emissão de um parecer técnico, que pode concordar ou discordar, com uma argumentação necessária para impugnar o laudo do perito judicial e defender os interesses de seu cliente.
O valor da perícia grafotécnica realizada por um assistente técnico começa em R$ 3.500,00 e pode aumentar dependendo dos serviços incluídos e da quantidade de assinaturas.
A negociação ocorre entre o contratante (parte do processo) e o perito assistente (assistente técnico).
Como a perícia grafotécnica é feita?
O trabalho de um perito é essencialmente um confronto entre a Peça de Exame, que é o documento em questão a ser avaliado, e os documentos autenticados com a assinatura da pessoa cuja autoria está sendo investigada, conhecidos como “Padrões de Confronto”.
Os peritos podem usar diferentes termos, como Paradigmas, peças de comparação ou Peças de Confronto, para se referirem a esses documentos. Esse exame é conduzido por profissionais especializados na área.
A função desses peritos é elaborar laudos que descrevem todas as características e técnicas utilizadas para determinar se a assinatura é falsa ou genuína.
Eles podem empregar métodos como análise das provas técnicas do próprio autor do gesto gráfico. Assim, ambos os lados são fundamentados em análises que servem como evidências para obter resultados precisos.
Os exames realizados pelos peritos são descritos de forma detalhada, com explicações, fotos e técnicas, buscando utilizar uma linguagem acessível e sem formalidades. Dessa forma, mesmo pessoas leigas no assunto podem compreender o exame e seu conteúdo.
Quem pode se profissionalizar perito grafotécnico?
Não são necessários requisitos específicos para se tornar um perito grafotécnico. Qualquer profissional pode ingressar nessa carreira desde que realize um curso de formação em perícia grafotécnica para adquirir os conhecimentos necessários para exercer a profissão.
Ser um perito grafotécnico não requer diploma universitário ou curso superior, apenas a conclusão do ensino médio é suficiente.
O mercado de trabalho para o perito grafotécnico
A prática profissional de perícia grafotécnica é amplamente desconhecida devido à falta de regulamentação semelhante a outras profissões tradicionais. Isso resulta em pouca divulgação e, consequentemente, em poucos especialistas disponíveis, o que gera uma alta demanda por seus serviços.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há uma escassez de peritos judiciais para lidar com os 75,4 milhões de processos em andamento no Brasil até o final de 2021. Esse déficit é ainda mais significativo quando se trata de peritos grafotécnicos, causando um acúmulo de processos na Justiça devido à escassez desses profissionais no mercado.
Os peritos grafotécnicos têm duas áreas principais de atuação:
- Como assistentes técnicos contratados por empresas, como escritórios, cartórios, escritórios de advocacia, bancos, entre outros.
- Como peritos judiciais, nomeados por juízes para elaborar laudos diretamente para a Justiça. Nesse caso, não é necessário passar por um concurso público ou ter uma formação superior específica para trabalhar como perito judicial, embora atuem como auxiliares do juiz.